26.3.06

Piloto automático cultural

Regras e scripts nos ajudam, indicando o que fazer. Eles prescrevem padrões de comportamento que nos parecem confortáveis, pois podemos observá-los na prática, no grupo a que pertencemos, ou a que desejamos pertencer. Os problemas reais ocorrem quando as normas e os scripts de uma cultura colidem com os de outra, pois, de forma a interagir, somos obrigados não apenas a seguir nossos próprios scripts, mas também a observar as ações alheias, baseadas em seus scripts.Para isto, precisamos nos libertar de nossa conduta preestabelecida e desligar o que chamamos de piloto automático cultural.

Agir com o piloto automático cultural significa levar a vida baseando-se nas presunções culturais incutidas, que derivam de sua própria experiênciae cultura - os seus scripts. Chamamos de piloto automático porque as pessoas deixam que isso aconteça automaticamente, sem pensar a respeito. Mas isso pode ser prejudicial, pois as leva a ignorar outros sinais culturais.

THOMAS, D. C., INKSON, K. Cultural intelligence - People Skills for Global Business. l.Ed. San Francisco, CA: Berrett-Koehler Publishers Inc, 2003 - 222p.

Atenção constante

Nas interações de intercâmbio cultural, a atenção significa simultaneidade.

  • estar consciente de nossas suposições, idéias e emoções, assim como a percepção seletiva, atribuição e categorização, adotadas por nós e pelos outros;
  • perceber o que está aparente na outra pessoa e estar em sintonia com suas expectativas, palavras e comportamento;
  • usar todos os sentidos para compreender as situações, em vez de, por exemplo, simplesmente fiar-se em ouvir as palavras que a outra pessoa diz;
  • observar a situação sob várias perspectivas, ou seja, com a mente aberta;
  • estar atento ao contexto, auxiliando a compreensão do que está ocorrendo;
  • criar novos mapas mentais da personalidade e histórico cultural das pessoas, que irão nos ajudar a responder apropriadamente;
  • criar novas categorias e re-categorizar os outros, através de um sistema de categorização mais apurado;
  • buscar novas informações, que irão confirmar ou descartar os mapas mentais;
  • usar a empatia - a habilidade de assumirmos, mentalmente, o lugar da outra pessoa, para que possamos compreender a situação e seus sentimentos, sob a perspectiva de seu histórico cultural, em vez do nosso.

THOMAS, D. C., INKSON, K. Cultural intelligence - People Skills for Global Business. l.Ed. San Francisco, CA: Berrett-Koehler Publishers Inc, 2003 - 222p.

24.3.06

Inteligência Cultural

A inteligência cultural significa ser hábil e flexível para assimilar uma cultura, aprender mais sobre ela interando-se com pessoas daquela origem, e redefinir,gradativamente, sua forma de pensar para ser mais compreensivo com a cultura em questão e tornando sua conduta mais apropriada e hábil, quando interagindo com outros desta cultura.

As pessoas culturalmente inteligentes são como o antigo grego Proteus. Proteus era um personagem sobrenatural, na Odisséia de Homero. Um habitante marinho que tinha o dom de mudar de forma quando quisesse, transformando-se em um peixe, ou um leão, ou uma árvore, ou até em fogo. Esta transformação era guiada pelo conhecimento da situação em que ele se encontrava.

O gerente globalizado de hoje e de amanhã precisa aprender a ser como Proteus - flexível o bastante para se adaptar, com sabedoria e sensibilidade, a cada novas ituação cultural.

THOMAS, C. David & INKSON, Kerr. Inteligência Cultural: instrumento para negócios globais. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006.